Que a vitamina D é uma das mais requisitadas para dar um up na beleza e na saúde do nosso corpo, isso é fato. O que pouca gente ainda conhece é a sua importância na saúde mental e emocional de cada pessoa, assim como os impactos que sofremos com a sua falta.

A vitamina D é essencial para manter o equilíbrio mineral do corpo. No entanto, esse rico componente é obtido, principalmente, através da pele em resposta à exposição ao sol. Mas como obter os níveis de vitamina D ideais para prevenir e tratar doenças, sem exceder os impactos da radiação solar, responsável pelo envelhecimento prematuro e cânceres como o melanoma? A gente conta!

O MAPA DA MINA

De acordo com a ginecologista Adriana Tavares (CRM 9.294), a vitamina D é encontrada em duas formas principais: vitamina D2 ou ergocalciferol, obtida a partir de fontes vegetais - como cogumelos e laranja; e vitamina D3 ou colecalciferol, obtida através de fontes animais - leite, queijo, ovo, mariscos, salmão, entre  outros, assim como através de suplementos ou absorção da energia dos raios ultravioleta B. “Seus benefícios vão muito além de promover dentes e ossos saudáveis. Pesquisas mostram papéis importantes para essa versátil vitamina no apoio à imunidade, diminuição de inflamações, prevenção de cânceres e proteção da saúde mental”, garante a especialista. Adriana Tavares explica que a vitamina D funciona da seguinte forma: ativa e desativa os genes das células para determinar o seu destino, as fazendo amadurecer rapidamente. Isso ajuda, por exemplo, a prevenir a proliferação de células cancerígenas e a estimular as células a desempenhar suas funções maduras, intensificando as atividades do sistema imunológico.

A FALTA QUE ELA FAZ

A deficiência da vitamina D pode ser bastante prejudicial à saúde, portanto é essencial prestar atenção aos níveis dessa vitamina no sangue e incrementar com suplementação adequada. Isso pode ajudar a reduzir inflamações excessivas, danos provocados por osteoartrite, doença pulmonar obstrutiva crônica (como enfisema), doença cardiovascular (como a insuficiência cardíaca), síndrome metabólica (como a diabetes) e transtornos depressivos. Os baixos níveis de vitamina D estão presentes em pelo menos 16 malignidades diferentes. A vitamina D pode ser útil na prevenção e até no tratamento de cânceres de cólon - como uma terapia preventiva não tóxica e barata, e de próstata - ajudando a proteger a saúde da glândula. “Evidências sugestivas mostram seus efeitos no combate ao câncer de mama, prevenindo a proliferação de células cancerígenas e aumentando o tecido normal e saudável; câncer de pulmão, pele e outros”, esclarece Adriana Tavares.

MULTIFACETADA

A vitamina D pode oferecer benefícios protetores ao coração, eliminando níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias circulantes. “Essas substâncias são as que transmitem informações entre as células, e com níveis ideias da vitamina D, essas informações não se concretizam, baixando as ocorrências de doenças cardíacas”, relata a médica. Estudos feitos em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, o suplemento de vitamina D, coenzima Q10, minerais, antioxidantes e vitaminas levou a uma redução impressionante de 17% do volume do ventrículo esquerdo do coração, tipicamente aumentado na doença. Outra doença que pode ter seu tratamento reforçado pela vitamina D é o diabetes tipo II. “A suplementação de vitamina D pode diminuir a perda de sensibilidade à insulina em pessoas que mostram sinais precoces da doença”, afirma Adriana Tavares. A vitamina D também é essencial na manutenção de glóbulos brancos saudáveis e de um sistema imunológico potente. Algumas infecções sazonais como a gripe, podem ser na verdade o resultado da diminuição dos níveis de vitamina D.

AUXÍLIO NO TRATAMENTO CONTRA A DEPRESSÃO

Estudos apontam que um nível ideal de vitamina D no organismo pode ajudar  a proteger a saúde mental e, quando o contrário acontece, pode facilitar o aparecimento da depressão, principalmente em mulheres. Os níveis da vitamina D armazenado no corpo (25-hidroxivitamina D [25 (OH) D]), quando estão baixos, têm sido associados com a função cognitiva reduzida, ansiedade e depressão.

De acordo com a neuropsiquiatra Rita Cytryn (CRM 8920), existe um significativo número de ensaios clínicos que sinalizam para alguma relação entre os níveis de vitamina D e a depressão. “Baixos níveis de vitamina D podem estar associados à depressão, mais do que contribuir para o distúrbio em si”, destaca a especialista. Verificou-se nesses estudos que há um risco aumentado de depressão e este poderia estar relacionado com outras doenças sensíveis à vitamina D.

A suplementação neste caso poderia reduzir o risco de depressão, seja por reduzir o risco de doenças que podem aumentar a predisposição para a depressão - tais como doenças cardiovasculares, câncer e esclerose múltipla; como por reduzir a produção de citocinas, que são proteínas que aumentam a inflamação e que foram já apontados como  possíveis fatores de risco para a depressão. “Acreditamos que ainda nesta década teremos uma afirmação mais conclusiva, fundamentada em evidências científicas em estudos metodológicos bem conduzidos sobre o alcance dos benefícios da vitamina D”, estima a neuropsiquiatra.

D BEST! FÁCIL E ESSENCIAL PARA UMA BOA SAÚDE

Outros episódios relacionados à depressão e uso de vitamina D são vistos em locais onde a luz solar tem menor incidência, o que tende a piorar num inverno mais rigoroso. Outras pessoas desenvolvem o chamado transtorno afetivo sazonal, ou TAS. A terapia com luz mostrou ser útil no tratamento das duas doenças, e pelo menos parte do benefício dessa terapia está relacionada ao aumento da ativação da vitamina D.

Os efeitos da vitamina D, além de serem benéficos no auxílio contra doenças, são de maneira indireta, um poderoso reforço para o bem-estar, visto que é uma importante fonte para a função e suplementação muscular, levando a um aumento da atividade física e boa disposição.